segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Sta. Brígida Liv 2/Cp 11

Palavras deleitosas de Cristo à esposa sobre a glória e honra do bom e verdadeiro cavaleiro, sobre como os anjos vieram para encontrá-lo, e sobre como a Gloriosa Trindade o recebe afetuosamente e o conduz a um local de descanso indescritível como recompensa por uma pequena luta.


Eu falei-te anteriormente sobre o fim e a punição daquele cavaleiro que foi o primeiro a desertar do serviço de cavalaria que tinha me prometido. Eu irei agora descrever por meio de metáforas (caso contrário não serás capaz de entender as questões espirituais) a glória e honra daquele que virilmente assumiu o verdadeiro serviço da cavalaria e o sustentou até o fim. Quando este meu amigo chegou ao fim de sua vida e sua alma deixou seu corpo, cinco legiões de anjos foram enviadas para saudá-lo. Com eles também veio uma multidão de demônios para descobrirem se podiam colocar alguma reclamação contra ele, pois são repletos de maldade e nunca se cansam dela.

Uma voz muito clara foi então ouvida no Céu, dizendo: “Meu Senhor e Pai, este não é o homem que se dobrou à tua vontade e assim o fez com perfeição?” O homem então respondeu em sua própria consciência: “De fato,sou eu”. Três vozes foram ouvidas.

         A primeira era de natureza divina e disse: “Não te criei e dei um corpo e alma? Tu és meu filho e fizeste a vontade de teu Pai. Venha a mim, teu querido Pai e Criador todo-poderoso! Uma herança eterna, é dada a ti, porque és um filho. A herança de teu Pai é dada a ti, porque foste obediente a Ele. Então, querido filho, vinde a mim! Eu te receberei com honra e alegria”! 

         A segunda voz era de natureza humana que disse: “Irmão, vinde a teu irmão! Eu me ofereci a ti em batalha e derramei meu sangue por ti. Tu, que obedeceste minha vontade, vinde a mim! Tu, que pagaste sangue com sangue e estiveste preparado para oferecer morte por morte e vida por vida, vinde a mim! Tu, que me imitaste em tua vida, entre agora em minha vida e em minha alegria sem fim! Eu te reconheço como meu verdadeiro irmão”. 

         A terceira voz era do Espírito (mas os três são um Deus, não três deuses), que disse: “Vinde meu cavaleiro, tu, cuja vida interior era tão atraente que eu desejei viver contigoEm tua conduta exterior foste tão viril que mereceste minha proteção. Entre, então, em repouso, em retribuição de todo o teu sofrimento físico! Em retribuição ao teu sofrimento mental, entre em uma indescritível consolação! Em retribuição de tua caridade e teu viril esforço, vinde a mim e viverei em ti e tu em mim! Vinde a mim, então, meu excelente cavaleiro, que nunca desejaste nada além de mim! Vinde e te encherás de santo prazer!” 


         Depois disso, cinco vozes foram ouvidas de cada uma das legiões de anjos.

A primeira voz falou: “Deixa-nos marchar à frente deste excelente cavaleiro e carregar suas armas, isto é, deixa-nos apresentar ao nosso Deus a fé que ele preservou inabalável e defendeu dos inimigos da justiça”.

         A segunda voz disse: “Permita-nos carregar seu escudo à frente dele, isto é, deixe-nos mostrar ao nosso Deus sua paciência que, embora ela seja conhecida por Deus, será ainda mais gloriosa por causa de nosso testemunho. Por sua paciência, ele não somente suportou adversidades pacientemente como também agradeceu a Deus por essas mesmas adversidades”.

A terceira voz disse: “Vamos marchar à frente dele e apresentar sua espada a Deus, isto é, vamos mostrar-lhe obediência pela qual ele permaneceu obediente em ambos os tempos, difíceis e fáceis, conforme sua promessa”. 

         A quarta voz disse: “Vinde e vamos mostrar a Deus seu cavalo, isto é, vamos oferecer o testemunho de sua humildade. Como um cavalo carrega o corpo de um homem, assim sua humildade o precedeu e o seguiu, levando-o à frente até a realização de seu trabalho. O orgulho não encontrou lugar nele, por isso é que cavalgou em segurança”. 

         A quinta voz disse: “Vinde e vamos apresentar seu capacete a nosso Deus, isto é, deixe-nos testemunhar a vontade divina que sentiu por Deus!”

Ele meditou Nele em seu coração durante todo o tempo. Carregou-o em seus lábios, em seus feitos, e acima de tudo, O desejou. Por amor e veneração, ele se prontificou a morrer para o mundo. Assim, deixe-nos apresentar estas coisas a nosso Deus, pois, como retribuição por seu pequeno esforço, esse homem mereceu eterno repouso e alegria com seu Deus, a quem ele desejou tanto e tantas vezes!” Acompanhado pelos sons dessas vozes e um maravilhoso coro de anjos, meu amigo foi conduzido ao descanso eterno.

Sua alma viu isso tudo e disse a si mesma em exultação: “Sou feliz por ter sido criada! Sou feliz por ter servido meu Deus que agora contemplo! Sou feliz, porque tenho alegria e glória que nunca terminará!” Assim meu amigo veio a mim e recebeu tal recompensa. Embora nem todos derramem seu sangue em meu nome, no entanto, todos receberão a mesma recompensa, desde que tenham a intenção de dar suas vidas por mim se a ocasião se apresentar e as necessidades da  o demandar. Veja como é importante uma boa intenção!”

[nt : da ocasião - e demais link's - resume-se O Livro].








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próximo : Cap. 12
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