segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Sta. Brígida Liv 2/Cp 27

Palavras de Cristo à esposa sobre as ferramentas na terceira casa; sobre como tais instrumentos simbolizam bons pensamentos, sentidos disciplinados e verdadeira confissão; também é dada uma explicação excelente de todas as coisas em geral e sobre as fechaduras destas casas.


O Filho de Deus falou à esposa dizendo: “Eu te falei antes que deve haver instrumentos de três tipos na terceira casa. Primeiro, utensílios ou vasos, nos quais os líquidos são despejados. Segundo, instrumentos com os quais a terra do lado de fora é preparada, tais como enxadas, machados e ferramentas para consertar as coisas quebradas. Terceiro, instrumentos vivos, tais como asnos, cavalos e assemelhados, para transportar a vida e a morte. Na primeira casa  [nt], onde há líquidos, deve existir dois tipos de utensílios ou vasos: Primeiro, aqueles dentro dos quais substâncias doces são despejadas, tais como a água, óleo, vinho e semelhantes ; segundo, aqueles nos quais substâncias picantes ou densas devem ser despejadas, tais como mostarda, farinha e semelhantes. Entendes o q estas coisas significam? Os líquidos se referem aos pensamentos bons e maus da alma.

[nt : da primeira casa, todos os link's estão no cp. 25].

Um pensamento bom é como óleo doce e como um delicioso vinho. Um mau pensamento é como mostarda amarga que deixa a alma amarga e aviltada. Os maus pensamentos são os líquidos densos que uma pessoa, às vezes, precisa. Apesar de não serem muito bons para nutrir o corpo, eles ainda são benéficos para a purgação e cura tanto do corpo quanto da mente. Embora os maus pensamentos não alimentem e curem a alma como o óleo dos bons pensamentos, eles ainda são bons para a purgação da alma, assim como a mostarda é boa para a purificação do cérebro. Se os maus pensamentos não aparecessem, de vez em quando, os seres humanos seriam anjos e não humanos, e eles poderiam pensar que conseguiriam tudo por si próprios.

Portanto, para que um homem possa compreender suas fraquezas, que vêm dele mesmo, e a força que vem de mim, é algumas vezes, necessário que minha imensa misericórdia permita que seja tentado por maus pensamentos. Contanto que a alma não consinta com eles, serão uma purificação para a alma e uma proteção para suas virtudes. Embora eles possam ser tão picantes ao ingerir quanto a mostarda, ainda são muito saudáveis para a alma pois a conduzem à vida eterna e ao tipo de saúde que não se obtém sem alguma amargura. Então, deixe que os vasos da alma, onde são colocados os bons pensamentos, sejam cuidadosamente preparados e sempre mantidos limpos, já que é útil que mesmo os maus pensamentos apareçam tanto para uma provação como para obter maior mérito. De qualquer forma, a alma deve esforçar-se para não consentir com eles ou deleitar-se neles. De outra forma, a doçura e o desenvolvimento da alma serão perdidos e somente a amargura ficará.

Na segunda casa também deve haver dois tipos de instrumentos : primeiro, instrumentos para o lado de fora, tais como arado e enxada para preparar o chão para a semeadura e para arrancar arbustos; segundo, instrumentos úteis tanto dentro quanto fora de casa, assim como os machados e assemelhados. Os instrumentos para cultivar o solo simbolizam os sentidos humanos. Eles devem ser utilizados para o benefício do seu próximo assim como o arado é utilizado no solo. Pessoas ruins são como o solo da terra, pois estão sempre pensando da forma mundana. Elas são áridas na compunção por seus pecados, porque pensam que nada é pecado. Elas são frias em seu amor por Deus, porque não procuram nada além de sua própria vontade.

[nt : da segunda casa, todos os link's estão no cp. 26].

Elas são pesadas e preguiçosas quando é para fazer o bem, porque são ansiosas pela reputação mundana. É por isso, que uma pessoa boa deve cultivá-los através de seus sentidos exteriores, assim como um bom agricultor cultiva a terra com um arado. Primeiro, ele deve cultivá-los com sua boca, dizendo coisas úteis para a alma e instruindo-a sobre o caminho da vida; depois, fazendo as boas ações que pode. Seu próximo pode ser formado nesse caminho por suas palavras e motivado a fazer o bem. Depois, ela deve cultivar seu próximo por meio do descanso de seu corpo para que possa render fruto.

Ela faz isso através de seus olhos inocentes que não olham coisas impuras, de forma que seu vizinho impuro possa aprender a modéstia em seu corpo inteiro. Ela deve cultivá-los por meio dos seus ouvidos que não prestam atenção às coisas inadequadas assim como por meio dos seus pés que são rápidos para fazer o trabalho de Deus. Eu, Deus, darei a chuva da minha graça para o solo assim cultivado pelo trabalho do lavrador, e este deve alegrar-se com o fruto da antes árida terra improdutiva, mas agora próspera, pois começa a produzir brotos.

Os instrumentos necessários para as preparações dentro de casa, tal como o machado e ferramentas similares, significam a intenção de discernir e o santo exame do trabalho de alguém. Não importa o bem que a pessoa faça, não deve ser feito pela reputação e pela gloria humana, mas pelo amor a Deus e pela recompensa eterna. É por isso, que uma pessoa deve examinar suas ações, com que intenção e para qual recompensa ela as está fazendo. Se ela pode descobrir algum tipo de orgulho em sua ação, faça-a imediatamente cortá-la com o machado da discrição.

Desta forma, assim como ela cultiva seu próximo que está, como que fora da casa, ou seja, fora da companhia dos meus amigos devido a suas más ações, assim também ela pode produzir frutos para si própria, interiormente, através do amor divino. Assim como o trabalho de um agricultor em pouco tempo fracassará se ele não tiver instrumentos com os quais consertar coisas que tenham sido quebradas, assim também, ele não alcançará nenhum resultado, se uma pessoa não examinar seu trabalho com discernimento, e como isso pode ser aliviado se for muito pesado, ou como isso pode ser melhorado se não deu certo. Consequentemente uma pessoa deve, não somente trabalhar efetivamente fora de casa, mas deve considerar, atentamente, no seu interior, como e com que intenções ela trabalha.

[nt : o próximo é, primeiro, a própria imagem do ser - alma].

Devem existir instrumentos vivos na terceira casa para transportar os vivos e os mortos, tais como cavalos, asnos e outros animais. Estes instrumentos significam a verdadeira confissão. Isso transporta tanto vivos quanto mortos. O que o vivo denota se não a alma que foi criada pela minha divindade e vive para sempre? Esta alma se aproxima mais e mais de Deus a cada dia através da verdadeira confissão. Assim como um animal se torna um animal de carga mais forte e mais belo de se ver, quanto mais vezes e melhor for alimentado, assim também a confissão - quanto mais frequentemente é usada e mais cuidadosamente é feita para menores ou maiores pecados - transporta a alma mais e mais para frente e é tão agradável a Deus, conduzindo a alma ao coração de Deus. O que são as coisas mortas transportadas pela confissão, se não as boas ações que morrem pelo pecado mortal? As boas ações que morrem através dos pecados mortais, estão mortas sob o olhar de Deus, porque nada de bom pode agradar a Deus a não ser que o pecado seja primeiro reparado, ou por uma perfeita intenção, ou por uma façanha.

Não é bom misturar cheiro bom com fedor no mesmo recipiente. Se alguém mata suas boas ações pelos pecados mortais e faz uma verdadeira confissão de seus crimes com a intenção de melhorar e evitar o pecado no futuro, suas boas ações, que antes estavam mortas, voltam à vida novamente pela confissão e pela virtude da humildade, e elas lhe trazem mérito para a salvação eterna. Se ele morrer sem ter feito confissão, embora suas boas ações não possam morrer ou serem destruídas, não pode merecer a vida eterna devido ao pecado mortal; ainda ele pode merecer uma punição mais leve ou contribuir para a salvação de outros, contanto que ele tenha realizado as boas ações com uma intenção santa e para a glória de Deus. Entretanto, se ele fez as ações pela glória mundana e seu próprio benefício, então suas ações morrerão quando seu realizador morre, já que ele recebeu sua recompensa do mundo para o qual trabalhou.

Então, minha esposa, pela qual quero dizer todos os meus amigos, devemos armazenar em nossas casas aquelas coisas que dão crescimento ao deleite espiritual que Deus quer ter com uma alma santa. Na primeira casa, devemos armazenar, primeiro, o pão da vontade sincera que não quer nada além do que Deus quer; segundo, a bebida da santa meditação, não fazendo nada a não ser a pensada para a glória de Deus; terceiro, as carnes da sabedoria divina por sempre pensar na vida que virá e em como a vida presente deve ser ordenada.

[nt : da primeira casa, todos os link's estão no cp. 25].

Na segunda casa, vamos armazenar a paz de não pecar contra Deus e a paz de não brigar com nosso próximo; segundo, ações de misericórdia através das quais possamos ser de beneficio pratico ao nosso próximo; terceiro, a perfeita abstinência pela qual refreamos aquelas coisas que tendem a perturbar nossa paz. Na terceira casa, devemos armazenar sábios e bons pensamentos para decorar nossa casa por dentro; segundo, ter temperança, sentidos bem disciplinados para serem luz para nosso próximo do lado de fora; terceiro, a verdadeira confissão que nos ajuda a reviver, quando perdemos as forças.

[nt : da segunda casa, todos os link's estão no cp. 26].

Ainda que tenhamos as casas, as coisas armazenadas nelas não podem estar a salvo sem portas, e portas não podem ser movimentadas sem dobradiças ou trancadas sem fechaduras. É, por isso, que para os bens armazenados estarem seguros, a casa precisa da porta da firme esperança para que não sejam arrebentadas pela adversidade. Esta esperança deve ter duas dobradiças para que a pessoa não se desespere em alcançar a glória ou para escapar da punição, mas sempre em toda adversidade tenha a esperança de coisas melhores, sendo confiante na misericórdia de Deus. A fechadura deve ser a caridade divina que fortaleça a porta contra a entrada do inimigo.

[nt : das portas e dobradiças, En 17-36].

É bom ter uma porta sem fechadura ou uma esperança sem amor? Se alguém tem esperança na recompensa eterna e na misericórdia de Deus, mas não ama e teme a Deus, ele tem uma porta sem fechadura, pela qual seu inimigo mortal pode entrar e matá-lo quando quiser. Mas a verdadeira esperança ocorre quando uma pessoa que espera também faz as boas ações que pode. Sem essas boas ações ela não pode alcançar o Céu, ou seja, se ela sabia e podia fazê-las, mas não quis.

Se alguém percebe que ela cometeu uma transgressão ou não fez o que podia, ela deve tomar a boa resolução de fazer o bem que puder. Para o que ela não puder fazer, faça-a esperar firmemente que poderá chegar a Deus, graças à sua boa intenção e ao amor para com Deus. Então, faça a porta da esperança ser fortalecida pela caridade divina de tal forma que, assim como uma fechadura possui muitos segredos para impedir que o inimigo a abra, essa caridade para com Deus deve também mostrar a preocupação de não ofender a Deus, o amoroso temor de ser separado dele, o zelo ardente de ver Deus amado, e o desejo de vê-lo imitado. (Essa caridade) deve mostrar também tristeza, para com uma pessoa que não pode fazer o quanto ela gostaria de fazer ou sabe que é obrigada a fazer; e mostrar a humildade, que faz uma pessoa pensar que é nada tudo o que ela realiza, em comparação com seus pecados.

Faça a fechadura ser potente pelos segredos, para que o demônio não possa facilmente abrir a fechadura da caridade e inserir seu próprio amor. A chave para abrir e fechar a fechadura deve ser apenas o desejo por Deus, junto com caridade divina e santas ações, para que a pessoa não deseje ter nada além de Deus, mesmo se ela pode tocá-lo, e tudo isso por causa de sua imensa caridade. Este desejo inclui Deus na alma e a alma em Deus, porque suas vontades são uma.

Somente a esposa e o marido devem ter esta chave, ou seja, Deus e a alma, de forma que, quando Deus quiser entrar e apreciar boas coisas, chamadas virtudes da alma, ele pode ter livre acesso com a chave do constante desejo; quando novamente a alma quer ir para dentro do coração de Deus, ela possa fazê-lo livremente, já que ela não deseja nada a não ser Deus. Esta chave é mantida pela vigilância da alma e pela custodia da sua humildade, pela qual ela atribui a Deus, todos os bens que ela tem. E essa chave é mantida também pelo poder e caridade de Deus, para que a alma não seja vencida pelo demônio.

Veja, minha esposa, que amor Deus tem pelas almas! Então, fica firme e faça a minha vontade.”



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próximo : Cap. 28
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Um comentário:

  1. Todos os 100 caps. das 3 Profecias de Sta. Brígida, foram publicados neste Blog entre 29 e 30/09/2013, e atualizados até 13/07/2014 [final da Copa 14]. Pág. Diário da Obra, blog Principal [ http://henriel63book4eyes.blogspot.com.br/p/diario.html ], traz os diários anuais e descreve o histórico das publicações, anos 2013 e 2014 : datas e referências do procedimento.

    Hoje, 10/11/2014, das 11:30 hs às 15 hs, cada ponto e vírgula destes 100 cap's foram conferidos, por acerto final de link's [Bíblia II - Genebra, sobre os versículos], p/ back-up geral. .. [e, sequente publicação no Onedrive :

    https://onedrive.live.com/?cid=C48E476DBB34E7FA&id=C48E476DBB34E7FA%213459 ].

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